Um pulo no espelho
Todos os dias novas inspirações
surgem nas mentes de escritores para criar novas histórias. Todos os dias essas
histórias passam para o papel de maneira cautelosa e criativa. Todos os dias,
esses autores tentam inovar seu jeito de contar essas histórias, buscando
maneiras de fazer o leitor sentir-se preso e fascinado com os personagens,
criaturas e ambientes. E L. M. Ariviello — pseudônimo de Manoel Oliveira —
ergueu, do alicerce ao topo do telhado, o castelo firme que é A Herdeira de Hélzius – Os Sete Animais
Sagrados, unindo, um por um, todos esses elementos fundamentais.
O livro,
lançado este ano (2015) pelo selo Novos
Talentos da Literatura Brasileira, da editora Novo Século, e trata-se da
narração da aventura de Alana, uma garota excepcional, que em poucos dias se
mete em algo que não pode largar: seu próprio destino.
Na Terra,
Alana era criada por Clementina, uma mulher de fibra e, deveras, poderosa. Com
o surgimento de uma marca branca no braço da garota, as coisas foram começando
a mudar, levando-a a um inevitável caos. E, numa bela noite, assistindo um
filme com sua “mãe”, as duas enfrentam um ataque de lobisomens. Isso mesmo:
lobisomens.
Isso obriga
Clementina a contar talvez a parte mais importante de toda a verdade sobre a
garota: ela não era da Terra. E, com um feitiço, mandou-a, através de um
espelho, de volta a seu planeta natal: Hélzius.
Ao chegar, Alana vê-se cercada por uma série de plantas e criaturas diferentes de tudo o que já havia visto em seus treze anos de vida humana. Além de descobrir que é uma fada... quer dizer, uma bruxa... Ah, um momento... Ela descobre que é uma mestiça, algo jamais permitido em Hélzius. Por conta disso, todos querem vê-la morta, inclusive alguns membros de sua família.
Mas...
tchã, tchã, tchã, thcããã!... Um profeta acaba salvando sua vida — mesmo depois
de uma bela surra — com a notícia de que ela, Alana Vonys Deymos, é a Herdeira
de Hélzius, algo bom e ruim por vários motivos que você só descobrirá se ler o
livro.
Com o
desenrolar da história, a cultura de Hélzius nos é apresentada como algo bem
peculiar. Cerimônias, leis, costumes, comidas e criaturas novas surgem a cada
capítulo, até que chega a parte da aventura, em que Alana e mais alguns amigos
mágicos vão em busca das esferas dos sete animais sagrados, na tentativa de
salvar esse novo mundo de uma iminente ameaça.
O bom de
ler livros nacionais é que, muitas vezes, você pode manter contato direto com o
autor e discutir algumas ideias. No caso desse livro, o autor fazer parte do
mesmo grupo de escritores que eu, a ACeJE – Academia Cearense de Jovens
Escritores, e sempre mantemos contato para falar algo sobre o grupo, sobre
nossos trabalhos e tudo o mais.
Outro lado
bom — como se houvessem lados ruins — de ler livros nacionais, é que você
conhece o modo de escrever das pessoas que podem estar pertinho de você,
considerando como um possível material de estudos e pesquisa.
A capa do livro, a diagramação, a cor das páginas; AHH conseguiu me surpreender em todos os aspectos. Porém, como nada
pode ser perfeito, uma vírgula a mais ou a menos, aqui e acolá, ainda pôde ser
encontrada. Mas, afora isso, a história foi muito bem contada e, é claro, como
todo bom livro de aventura que deixa um gostinho de quero mais, merece uma
continuação. Fiquemos no aguardo de novidades do Sr. Ariviello.
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