domingo, 24 de maio de 2015

#review02 - "A Herdeira de Hélzius - Os Sete Animais Sagrados", de L. M. Ariviello

Um pulo no espelho



Todos os dias novas inspirações surgem nas mentes de escritores para criar novas histórias. Todos os dias essas histórias passam para o papel de maneira cautelosa e criativa. Todos os dias, esses autores tentam inovar seu jeito de contar essas histórias, buscando maneiras de fazer o leitor sentir-se preso e fascinado com os personagens, criaturas e ambientes. E L. M. Ariviello — pseudônimo de Manoel Oliveira — ergueu, do alicerce ao topo do telhado, o castelo firme que é A Herdeira de Hélzius – Os Sete Animais Sagrados, unindo, um por um, todos esses elementos fundamentais.
O livro, lançado este ano (2015) pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da editora Novo Século, e trata-se da narração da aventura de Alana, uma garota excepcional, que em poucos dias se mete em algo que não pode largar: seu próprio destino.
Na Terra, Alana era criada por Clementina, uma mulher de fibra e, deveras, poderosa. Com o surgimento de uma marca branca no braço da garota, as coisas foram começando a mudar, levando-a a um inevitável caos. E, numa bela noite, assistindo um filme com sua “mãe”, as duas enfrentam um ataque de lobisomens. Isso mesmo: lobisomens.
Isso obriga Clementina a contar talvez a parte mais importante de toda a verdade sobre a garota: ela não era da Terra. E, com um feitiço, mandou-a, através de um espelho, de volta a seu planeta natal: Hélzius.


Ao chegar, Alana vê-se cercada por uma série de plantas e criaturas diferentes de tudo o que já havia visto em seus treze anos de vida humana. Além de descobrir que é uma fada... quer dizer, uma bruxa... Ah, um momento... Ela descobre que é uma mestiça, algo jamais permitido em Hélzius. Por conta disso, todos querem vê-la morta, inclusive alguns membros de sua família.
Mas... tchã, tchã, tchã, thcããã!... Um profeta acaba salvando sua vida — mesmo depois de uma bela surra — com a notícia de que ela, Alana Vonys Deymos, é a Herdeira de Hélzius, algo bom e ruim por vários motivos que você só descobrirá se ler o livro.


Com o desenrolar da história, a cultura de Hélzius nos é apresentada como algo bem peculiar. Cerimônias, leis, costumes, comidas e criaturas novas surgem a cada capítulo, até que chega a parte da aventura, em que Alana e mais alguns amigos mágicos vão em busca das esferas dos sete animais sagrados, na tentativa de salvar esse novo mundo de uma iminente ameaça.
O bom de ler livros nacionais é que, muitas vezes, você pode manter contato direto com o autor e discutir algumas ideias. No caso desse livro, o autor fazer parte do mesmo grupo de escritores que eu, a ACeJE – Academia Cearense de Jovens Escritores, e sempre mantemos contato para falar algo sobre o grupo, sobre nossos trabalhos e tudo o mais.
Outro lado bom — como se houvessem lados ruins — de ler livros nacionais, é que você conhece o modo de escrever das pessoas que podem estar pertinho de você, considerando como um possível material de estudos e pesquisa.
A capa do livro, a diagramação, a cor das páginas; AHH conseguiu me surpreender em todos os aspectos. Porém, como nada pode ser perfeito, uma vírgula a mais ou a menos, aqui e acolá, ainda pôde ser encontrada. Mas, afora isso, a história foi muito bem contada e, é claro, como todo bom livro de aventura que deixa um gostinho de quero mais, merece uma continuação. Fiquemos no aguardo de novidades do Sr. Ariviello.

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